As eleições estão aí, bem pertinho da gente. E o que se mais ouve dos candidatos de plantão é o novo sonho regional: a ponte de ligação entre Santos e Guarujá.
Sonho sim, quando lembramos que viabilizar o aeroporto civil metropolitano da baixada santista – equipamento tão importante quanto à ponte – acabou virando uma briga de egos e até piada regional.
Piada porque não há vontade e nem capacidade política de viabilizar o equipamento, apesar de não faltar área para isso em Guarujá, Praia Grande e Itanhaém. O que se vê, na verdade, são cidades puxando a brasa para sua sardinha.
Agora, um novo fato entra nessa cena pitoresca: a viabilização comercial dos aeroportos do litoral estaria atrelada à Petrobras. E, com esse novo filão em foco, não faltam ideias oportunas e cada vez mais bairristas.
A prefeita de Guarujá, Maria Antonieta de Brito, por exemplo, disse recentemente que irá assinar um convênio com a Aeronáutica, para viabilizar investimentos da ordem de R$ 20 milhões.
Do seu lado, o prefeito de Itanhaém, João Carlos Forssell, quer que a Petrobrás assuma a parte do município no aeroporto local, que depende de adaptações por questões de segurança.
A região conta ainda com mais um projeto, o aeroporto de cargas de Praia Grande. Segundo o prefeito Roberto Francisco dos Santos, ele estará atrelado a um condomínio de 212 empresas. Uma empresa do Grupo Sonda será responsável pelo projeto, falta obter o licenciamento ambiental, previsto para o final do próximo ano.
Fechando toda essa teia, o superintendente do Daesp, Sérgio Camargo, diz que planeja licitar 30 aeroportos regionais, inclusive o de Itanhaém. O andamento depende de aprovação da Agência Nacional de Aviação (Anac).
Vamos falar sério? Enquanto se discute muito e se resolve pouco, voltamos à ponte e, nesta questão, não podemos esquecer a tamanha falta de prioridade: por que o Governo do Estado gastou tanto (R$ 36 milhões) para reformar e ampliar os atracadouros do lado do Guarujá, se a construção de uma ponte está nos planos?
E o pior: temos que reconhecer que fica cada vez mais difícil de acreditar na viabilização deste tão esperado equipamento, quando nos deparamos com a total incapacidade das prefeituras de Santos e de Guarujá de sequer organizarem uma fila. Pois é, entre o aeroporto e a ponte, acredito que ficaremos com as filas.